segunda-feira, 12 de maio de 2014

Lenine, paciência e a raridade da vida

Na contemporaneidade não existe espaço para a paciência. Tudo tem que ser rápido. Atendimentos, entregas, telefonemas, abraços, conversas, beijos, viagens. Nosso tempo é curto para tanto compromisso. Tomar um bom café com a família, uma boa prosa com os amigos e namorar sem pressa são utopias. No corre-corre do tempo presente, um carro te fecha no trânsito, um colega de trabalho importuna você, professores não divulgam notas, a coxinha vem fria da lanchonete, o pão-de-forma está no lado direito da bancada da cozinha e não no lado esquerdo. Tudo aquilo que contraria a nossa vontade é motivo suficientemente justificável para nos irritar. Saímos do sério e perdemos a razão por simplesmente não aceitarmos um contraponto, uma opinião diferente ou uma situação que não estava planejada. Esse comportamento irritadiço denota uma visão hedonista da realidade.
Nas Escrituras vemos que Jó esperou com paciência em suas tribulações, Jacó esperou com paciência por sua esposa Raquel e tantos profetas esperaram pacientemente a resposta e a justiça de Deus. Abraham Kuyper diz que a "paciência é um fruto do Espírito, sua semente não está conosco". Se a paciência está ausente em nós, é tempo de repensar. A vida é oportunidade única e maravilhosa de propagar as maravilhas de Deus através das belezas  por ele criadas. Vida essa que exige de nós paciência. Paciência para aguardar as repostas certas. Paciência para trabalhar por mudanças e também para esperar que elas aconteçam. Paciência para se calar quando preciso e controlar o que fala, que é sempre preciso. Paciência para comer, orar, ler, namorar, trabalhar. Paciência para entender que nossa vida é rara e preciosa demais para viver sem paciência.


 


Será que é tempo
Que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo
Pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara.


REFERÊNCIA:
[1]  KUYPER, Abraham. Paciência, uma raridade. Disponível em <http://www.monergismo.com/textos/frutos/paciencia-raridade_kuyper.pdf>. Acesso em 04 de abril de 2014.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Hey brother, escute essa música.

Hey Brother, do DJ sueco Avicii (o mesmo de Wake Me Up), ficou semanas no topo das paradas no mundo todo e foi a 2ª música mais vendida no iTunes nessa semana. A música apresenta uma relação entre irmãos separados pela guerra. É difícil de entendermos o que a guerra representa, em seu sentido mais pleno, porque a participação do Brasil nesse tipo de conflito é insignificante se comparada à norte-americana - só na Segunda Guerra Mundial foram mortos mais de 400.000 americanos. 
Uma guerra nunca é boa, mas as vezes é necessária. Em um mundo cheio de pecadores, ela é inevitável (Romanos 3:10-18). No Antigo Testamento vemos em textos como Números 31:2, Deuteronômio 20:16-17 e 1 Samuel 15:18 que Deus ordena a guerra contra os povos inimigos por causa do seu pecado. Se Hitler não tivesse sido derrotado, quantos milhões de judeus a mais teriam sido assassinados? Não devemos desejar a guerra, mas orar para a resolução rápida dos conflitos e um número mínimo de mortes de ambos os lados.
Em Hey Brother vejo um saudosismo emocionado que parece evocar novamente a guerra como algo ruim, como um fruto de pecados. E assim como o pecado, a guerra traz separação: laços familiares cortados por tiros de canhão.

"Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens".
Romanos 12:18

Hey, brother, there’s an endless road to rediscover (Ei, irmão, há uma estrada sem fim para redescobrir)
Hey, sister, know the water's sweet but blood is thicker (Ei, irmã, saiba que a água é doce mas o sangue é mais denso)
Oh, if the sky comes falling down, for you (Oh, se o céu estiver caindo, por você)
There’s nothing in this world I wouldn’t do (Não há nada neste mundo que eu não faria)

Hey, brother, do you still believe in one another? (Ei, irmão, você ainda acredita no outro?)
Hey sister, do you still believe in love? I wonder (Ei, irmã, você ainda acredita no amor? Eu me pergunto)
Oh, if the sky comes falling down, for you (Oh, se o céu vier caindo, por você)
There’s nothing in this world I wouldn’t do (Não há nada neste mundo que eu não faria)

What if I'm far from home? (E se eu estiver longe de casa?)
Oh, brother, I will hear you call (Oh, irmão, vou ouvir você chamar)
What if I lose it all? (E se eu perder tudo?)
Oh, sister, I will help you out (Oh, irmã, eu vou ajudá-la)
Oh, if the sky comes falling down, for you (Oh, se o céu vier caindo, por você)
There’s nothing in this world I wouldn’t do (Não há nada neste mundo que eu não faria)

Hey brother, there’s an endless road to rediscover (Ei, irmão, há uma estrada sem fim para redescobrir)
Hey sister, do you still believe in love? I wonder (Ei, irmã, você ainda acredita no amor? Eu me pergunto)
Oh, if the sky comes falling down, for you (Oh, se o céu estiver caindo, por você)
There’s nothing in this world I wouldn’t do (Não há nada neste mundo que eu não faria)

What if I'm far from home? (E se eu estiver longe de casa?)
Oh, brother, I will hear you call (Oh, irmão, vou ouvir você chamar)
What if I lose it all? (E se eu perder tudo?)
Oh, sister, I will help you out (Oh, irmã, eu vou ajudá-la)
Oh, if the sky comes falling down, for you (Oh, se o céu vier caindo, por você)
There’s nothing in this world I wouldn’t do (Não há nada neste mundo que eu não faria)

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Scorpions e os ventos da mudança

Hoje é dia de rock, bebêWind of Change, do Scorpions, foi lançada no CD Crazy World em 1990 em um período de intensas mudanças sócio-políticas no leste europeu. A queda do muro de Berlim e o fracasso do golpe de estado que dissolveu a União Soviética levantavam uma onda de esperança para o futuro.
Em Wind of change, uma pessoa caminha pela cidade de Moscou e observa o Rio Moskva - nome também de um navio de guerra russo -  e o parque Gorky, ouvindo os ventos da mudança. Os soldados caminham tranquilamente e os irmãos podem ser próximos novamente. Sempre que penso nesse contexto, lembro do exílio do povo de Judá na Babilônia e sua libertação pelo rei Ciro da Pérsia. O povo que fora escravizado e separado (Salmo 137) é libertado e pode voltar a Jerusalém para reconstruir a cidade e o Templo do Senhor. Em Esdras 3:12, é relatado que os mais antigos - aqueles que tinham visto o Antigo Templo - choravam e gritavam de alegria ao se verem em casa recomeçando suas vidas. O recomeço é uma dádiva divina!


I follow the Moskva  (Eu segui o Moskva)
Down to Gorky Park  (Descendo ao parque Gorky)
Listening to the wind of change  (Ouvindo os ventos da mudança)
An august summer night  (Uma noite de verão em agosto)
Soldiers passing by  (Soldados a caminhar)
Listening to the wind of change  (Ouvindo os ventos da mudança)

The world is closing in  (O mundo está ficando perto)
Did you ever think?  (Você já chegou a pensar?)
That we could be so close, like brothers?  (Que podíamos ser tão próximos, como irmãos?)
The future's in the air  (O futuro está no ar)
I can feel it everywhere  (Eu consigo sentir em todo lugar)
Blowing with the wind of change  (Soprando com os ventos da mudança)

Take me to the magic of the moment  (Leve-me para a magia do momento)
On a glory night  (Em uma noite gloriosa)
Where the children of tomorrow dream away (dream away)  (Onde as crianças de amanhã ficam sonhando, ficam sonhando)
In the wind of change  (Nos ventos da mudança)

Walking down the street  (Caminhando rua abaixo)
Distant memories  (Memórias distantes)
Are buried in the past forever  (Estão sepultadas no passado para sempre)

I follow the Moskva  (Eu segui o Moskva)
Down to Gorky Park  (Descendo ao parque Gorky)
Listening to the wind of change  (Ouvindo os ventos da mudança)

*Um adendo para os apaixonados pelas latinidades, como eu: la versión en español.